Você já sentiu aquele calor tão forte que parece que o ar pesa? Agora imagine viver isso todos os dias, sem ar-condicionado, sem sombra, com a casa feita de concreto e telhado de zinco. Pois é exatamente assim que milhares de pessoas estão vivendo nas favelas do Rio de Janeiro, em plena onda de calor que fez a sensação térmica bater os 60 °C no Complexo da Maré. 😰
Parece cena de filme pós-apocalíptico, mas é a vida real. E mais do que um problema climático, o que está acontecendo é uma ferida aberta chamada desigualdade ambiental. Vem comigo entender como o calor extremo está escancarando uma realidade que muita gente finge que não vê.
Diferente dos bairros mais ricos, onde há árvores, ar-condicionado, parques e ruas largas, as favelas são verdadeiros “fornos urbanos”. As casas são coladas umas nas outras, feitas com materiais que acumulam calor. E o pior: sem áreas verdes ou ventilação.
O resultado? Sensações térmicas absurdas, noites mal dormidas, crianças doentes e idosos passando mal. Segundo a Fiocruz, os casos de insolação, desidratação e pressão alta aumentaram drasticamente nessas regiões. A Organização Mundial da Saúde já alertou que o calor extremo mata — e mata de forma desigual.
Mas em meio a esse cenário preocupante, tem gente fazendo a diferença. A ativista Soraia Claudino, moradora da Maré, está liderando uma mudança silenciosa e poderosa: os telhados verdes. Com plantas cultivadas sobre as casas, a temperatura interna pode cair até 10 graus. Isso mesmo: dez graus a menos dentro de casa!
Só que aqui entra outro obstáculo: o custo. Um telhado verde de 25 m² pode custar até R$ 15 mil, um valor completamente fora da realidade da maioria das famílias das favelas. E aí a pergunta que fica é: se a solução existe, por que ela não chega a quem mais precisa?
É aí que entra o papel do Estado. Sem políticas públicas voltadas para a justiça climática, essas iniciativas continuam sendo isoladas. A prefeitura do Rio até criou um projeto chamado Cada Favela, Uma Floresta, que tem como objetivo levar mais áreas verdes para as comunidades. Mas ele caminha a passos lentos, com poucos recursos e pouca visibilidade.
É urgente que governos e sociedade encarem a crise climática como um problema social. Porque não adianta plantar árvores na orla da Zona Sul e esquecer os becos e vielas da Zona Norte. O calor pode até ser para todos, mas os seus efeitos… nem tanto.
Talvez você esteja se perguntando: “mas o que eu, aqui do outro lado da tela, posso fazer com tudo isso?”. A resposta é: espalhar essa conversa. Cobrar dos políticos. Apoiar projetos comunitários. Doar, quando puder. Falar sobre isso nas redes sociais. E principalmente, não fechar os olhos para realidades diferentes da sua.
A mudança começa com empatia. Com escuta. Com o entendimento de que não existe justiça social sem justiça ambiental.
Mesmo sob o sol escaldante, a vida resiste nas favelas. Em cada planta que cresce num telhado improvisado, em cada mãe que muda a rotina para proteger seus filhos do calor, em cada jovem que decide estudar meio ambiente para mudar seu futuro. A luta é árdua, mas a esperança, essa sim, brota onde menos se espera.
Que esse calor nos aqueça a consciência — e não apenas o corpo.
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